terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

TOP 10 DO MAX

Antes mesmo de postar neste blog, considerei educado e elegante de minha parte, primeiramente postar meu Top 10 de filmes. Assim o leitor ficará sabendo de antemão os meus gostos, que por sinal são bem variados, como logo vocês verão neste Top 10. Provavelmente, vocês perceberão que fui muito seletivo em minhas escolhas, e fui mesmo! Não à toa! Afinal, este Top 10 é do Max, e não o do porteiro simpático de sua residência. Tentei, ao menos, abranger o maior numero de gêneros e colocá-los numa variedade de escolhas pontuais. Quem me conhece sabe que sou chato, falo mal da maioria dos filmes, mas pelo menos tenho bom gosto! Não coloquei nenhum filme do gênero terror (apesar de gostar), entretanto meu amigo Adriano Mendes já mandou muito bem nesse quesito em seu top 10. Todos sabem que tenho preferência por filmes de ficção científica, entretanto meu Top 10 ficou bem variado, mostrando, acima de tudo, que sou uma pessoa política. Abraços do Max!


10 – QUANDO ÉRAMOS REIS (Direção: Leon Gast, 1996) – documentário/luta




O palco do espetáculo é o Zaire (1974) debaixo de uma das ditaduras mais violentas da história recente da África. Os personagens são dois dos melhores lutadores pesos-pesados de boxe de todos os tempos. A lenda Muhammed Ali, já então veterano no boxe e ativista político, que perdeu o titulo mundial por recusar a se alistar para guerra do Vietnã, ficando, então, três anos fora dos rings. E do outro lado e o fenômeno George Forman, atual campeão dos pesos-pesados, mais jovem e muito mais forte que Muhammed Ali. George Formam simplesmente massacrava seus adversários nos primeiros rounds. No mesmo momento estava acontecendo um grande festival de música reunindo B.B. King, James Brown e outros grandes músicos negros americanos. Este filme/documentário cobre todos os detalhes deste evento histórico.
Com comentários de jornalistas, esportistas e também de quem presenciou pessoalmente o evento, “Quando Éramos Reis” é uma lição de luta e esperança, de fé e superação. Recomendo aos amantes da luta, amantes da convicção, da música e do cinema. Aos amantes da vida.

Prêmios: Oscar 1997 de melhor documentário.

Cena marcante: Os olhos assustados de Muhammed Ali depois de sentir a força dos golpes de George Forman no 1º round.


09 – TE PEGO LÁ FORA (Direção: Phil Joanou, 1987, EUA) - comédia



Um Clássico da sessão da tarde. Com certeza este e outros filmes dos anos 80 marcaram várias gerações e foram repetidos constantemente nas telinhas da sessão da tarde. A Sinopse do filme é a seguinte: “Jerry Mitchell (Casey Siemaszko) é um tranqüilo e simpático colegial que vai entrevistar Buddy Revell (Richard Tyson), um colega recém-chegado, para o jornal do colégio Weaver, onde estuda. Acontece que o cara é um brutamontes, tem fama de psicopata e, além disto, não suporta ser tocado. É exatamente isto que Jerry faz, assim Buddy o desafia para uma briga no estacionamento, às 3 da tarde. Até lá Jerry tentará de tudo para que esta "execução" não aconteça”.
É interessante que neste período o filme já retratava umas das práticas constantes no dia a dia das escolas, ou seja, o que atualmente denominamos por uma palavra que já virou modinha - o "Bulling". O filme é garantia de diversão no melhor estilo anos 80!

Cena marcante: A porrada que Buddy Revell acerta num outro grandalhão do colégio destruindo quase toda a biblioteca.


08 – APOCALYPSE NOW (Direção; Francis Ford Coppola, 1979, EUA) - guerra



Este é com certeza um dos maiores filmes de suspense de guerra de todos os tempos, inspirado no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad. O filme demonstra como a guerra, o fanatismo e a destruição mexem com o psicológico de cada individuo fazendo-o questionar seus próprios valores humanos. Sinopse: “Em plena Guerra do Vietnam, por volta de 1969, um alto comando do exército americano designa o capitão Willard (Martin Sheen) para matar o coronel Kurtz (Marlon Brando) este que tinha enlouquecido chegando a assassinar vários combatentes, formando no Camboja um grupo de seguidores das práticas de carnificina”.
Escolhi este filme no meu top 10 porque, além de ser um filme de guerra, tem também uma excelente trilha sonora que vai desde The Doors e Rolling Stones, assim como Richard Wagner, Flash Cadilac e um pouco de Surf music.

Prêmios: Ganhou muitos prêmios, mas em categorias pouco valorizadas. Merecia muito mais.

Cena marcante: São duas. A primeira é uma chuva de napalm na selva do Vietnã ao som de “The End” do The Doors. A Segunda é um ataque de helicópteros a uma aldeia vietnamita por um coronel americano ao som de “The Ride of the Valkyries” de Richard Wagner.


07 – PARIS, TEXAS (Direção: Wim Wenders, 1984, FR/GER) – drama



Excelente filme de Wim Wenders, com roteiro de Kit Carson e Sam Shepard, retratando a história de Travis (Harry Stanton) um homem desencaixado que vaga pelo deserto do Texas sem memória por quatro anos até ser encontrado pelo irmão. Na casa do irmão Travis conhece seu filho que foi abandonado pela mãe Jane interpretada pela bela atriz Nastassja Kinski. Apesar de ser um desajustado Travis consegue aos poucos se aproximar do filho.
Apesar de o roteiro ser aparentemente simples o filme consegue alçar uma beleza de significações sobre o amor, a família e a dor da perda. Diria que é na simplicidade da história que mora sua genialidade. Entretanto, este não é o motivo pelo qual escolhi este filme, e sim por um gosto pessoal com as tomadas de câmera magistralmente desempenhadas por Wim Wenders. Sinceramente não consigo valorizar um filme que não tenha uma boa tomada de câmera. Sei que não sou especialista no assunto, mas diretor que se preze tem que ter uma boa tomada de câmera, ou pelo menos trazer alguma novidade no assunto. Muitas vezes não entendo como um filme como “Guerra ao Terror” pode ganhar tantos prêmios com uma câmera que não para de balançar (qualquer merda faz isso com uma câmera). Ou Woody Allen (reverenciado no cenário Cult) que mesmo depois de realizar mais de 37,5 filmes, nunca acertou uma tomada de câmera descente. Há coisas que não tem explicação.

Prêmios: Vários, entre eles a Palma de Ouro de melhor filme no Festival de Cannes de 1984.

Cena marcante: Como tenho um gosto especial por tomadas de câmera, uma das cenas marcantes do filme é quando Travis segue seu filho pela rua, a câmera seguindo os dois personagens simultaneamente. Esta cena é muito parecida com uma do Kubrick no filme “De Olhos Bem Fechados”. Simples. Simplesmente Genial!


06 – AMOR A FLOR DA PELE (Direção: Wong Kar-Wai, 2000, CHINA) – oriental




Não é a toa que Wong Kar-Wai é um dos diretores mais aclamados do cinema oriental. Com seu estilo imprevisível, combinando cores, fotografias, músicas e sentimentos tão variados em suas cenas, Wong Kar-Wai foge de muitos padrões convencionais para demonstrar o drama de seus personagens. Sendo estes pessoas comuns, mas de histórias sentimentais mal resolvidas e um tanto quanto singulares. O diretor de sucessos como “Dias Selvagens” e “2046 – Segredos do Amor” sendo esses dois filmes parte de uma trilogia do amor, ao qual entre eles esta “Amor a Flor da Pele” (no original “In The Mood For Love”), o maior sucesso do diretor aclamado no festival de Cannes.
Este filme conta a história da saga de dois personagens que tentam resolver seus conflitos sentimentais não correspondidos por seus parceiros. Depois que Chow (Tony Leung Chiu Wai) e Li-Zhen (Maggie Cheung), dois vizinhos que moram no mesmo prédio, descobrem que seus cônjuges estão tendo um relacionamento secreto, os dois personagens traídos resolvem compartilhar suas frustrações e ressentimentos. Entretanto, ao contrario de seus cônjuges, Chow e Li-Zhen não entrarão no jogo do adultério, e passam a compartilhar de uma atmosfera de sentimentos reprimidos um pelo outro. Outra característica marcante nos filme de Wong Kar-Way são suas trilhas sonoras bem variadas, entre elas clássicos como Nat King Cole, Caetano Veloso e The Mamas and The Papas. Acrescento a lindíssima Norah Jones que fez papel principal no filme “Um beijo Roubado”, do próprio diretor, dirigido pela primeira vez no EUA.

Prêmios: Vencedor do Prêmio Técnico e de Melhor Ator no Festival de Cannes para Tony Leung Chiu Wai, ente outros prêmios.

Cena marcantes: No final, quando Chow conta seus segredos mais secretos num templo abandonado.


05 – VIAGEM DE CHIHIRO (Direção: Hayao Miyazaki, 2001, JAPÂO) – animação




Com certeza o melhor longa metragem de animação que já assisti, com muito suspense e realismo fantástico. Apesar de parecer um filme infantil, a animação mostra uma combinação muito variada de personagens estranhos, aventuras desafiadoras e uma beleza artística que supera os badalado desenhos de computação gráfica. A animação conta a história de Chihiro, uma menina mimada que depois que seus pais viram porcos, tenta se adaptar e escapar de um mundo surrealista ao qual ficou prisioneira. Na aventura Chihiro fará muitos amigos e inimigos. Entre os inimigos esta uma velhinha megera dona de uma pensão de deuses, muito gananciosa por sinal. Nesta aventura Chihiro superará sua timidez e tentará salvar seus amigos e seus pais da maldição da velhinha bruxa safada.

Prêmios: Ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2002 além do Oscar de Melhor Animação em 2003.

Cena marcante: Quando Chihiro voa com seu amigo dragão e descobrem um laço em comum no passado.

04 – ABRIL DESPEDAÇADO (Direção: Walter Salles, 2001, BR) – nacional




Figurinha carimbada do cinema nacional mereceu com toda certeza o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002, mas como se sabe o Oscar é uma grande picaretagem de marketing de Hollywood. O filme, inspirado no livro homônimo do albanês Ismail Kadaré, conta a história de Tonho (Rodrigo Santoro) e sua família. Tonho vive atualmente uma grande dúvida, pois ao mesmo tempo que é impelido por seu pai (José Dumont) para vingar a morte de seu irmão mais velho, assassinado por uma família rival, sabe que caso se vingue será perseguido e terá pouco tempo de vida. O drama passado por Tonho e seu irmão mais novo Pacu, demonstra o quanto a engrenagem de uma terra sem esperanças amarram seus indivíduos a um destino sem futuro, sem fantasias, sem perdão. O garoto Pacu, brilhantemente interpretado por Ravi Lacerda, é justamente a antípoda dessa Terra decadente. Suas fantasias e desejos de um “mundo dos sonhos” se chocam com a realidade dura e cruel que seu irmão mais velho tem que enfrentar.
O filme é todo rodado com luz natural, e o diretor Walter Salles demonstra porque é um dos melhores diretores do cinema nacional da atualidade. Os atores são de primeira, com destaque para o garotinho Ravi Lacerda que deveria ter mais reconhecimento entre os atores mirins por sua atuação no filme.

Prêmios: Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Recebeu uma indicação ao BAFTA, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Cena marcante:
A perseguição de Tonho ao filho da família rival no meio do serrado desértico do sertão.

03 – ÚLTIMO TANGO EM PARIS (Direção: Bernardo Bertolucci, 1972, FR) – drama



Um dos filme mais impactantes da historia do cinema, não à toa esta no top 3 do Max. Para quem acha que o filme é apenas cenas de sexo, talvez não tenha reparado na fotografia, nas cenas que parecem de dentro de um teatro, e no drama pessoal de cada personagem. O filme conta a história de Paul (Brando), um americano de meia-idade em Paris, em luto pela morte da mulher recém acontecida, encontra-se num apartamento anunciado para aluguel com uma jovem parisiense de espírito livre, Jeannie (Schneider), os dois começam um relacionamento erótico beirando ao sado-masoquismo. Sem nomes, sem histórias, sem passado. O caos psicológico de Paul começa a afetar Jeannie que já não consegue se desvencilhar de seu recém amante.
Não conhecia Bertolucci até assistir alguns filmes dele mais recentemente. É interessante a qualidade de seus filmes, principalmente pela fotografia e jogo de câmeras. Uma das características marcantes do diretor, são as referencia freudianas vividas por seus personagens. Em o “Ultimo Tango em Paris” a relação simbolicamente incestuosa dos protagonistas revelam sentimentos mal resolvidos no passado, levando seus personagens a beira da loucura, sem ao menos saberem disso.

Prêmios: Indicado ao Oscar de melhor Ator (Marlon Brando) e de melhor diretor (Bernardo Bertolucci).

Cena marcante:
A “amanteigada” ficou famosa.

02 – SANGUE NEGRO (Direção: Paul Thomas Anderson, 2007, EUA) – americano




Talvez, diria um dos melhores filmes dos últimos dez anos. O motivo de colocar o gênero do filme como “americano” é pelo simples motivo de o filme representar o que os EUA “é”, “foi” e sempre “será”, uma terra de ganância. O filme conta a história de uma família envolvida com o petróleo. Daniel Plainview e seu filho e sócio HW, de um simples minerador de prata, torna-se, ao longo da história, o dono de uma grande companhia de extração de petróleo. A perseverança fanática de Daniel Plainview pelo petróleo, seu individualismo exacerbado, seu ódio bíblico pelas pessoas que atravessam seu caminho, revela aquilo que os EUA (e outros países capitalistas) vêem buscando a muito tempo, a vontade de poder pelo dinheiro. O ódio cainita de Daniel se contrasta com a hipocrisia religiosa do pastor da região Eli Sunday.
O roteiro é baseado no livro “Petróleo!” (1927), do escritor Upton Sinclair. Mas poderia muito bem ser baseado no clássico “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” de Max Weber. O filme tem muitas qualidades além da ótima performance de Daniel Day-Lewis. Conta com um ótimo roteiro e uma ótima trilha sonora composta pelo músico Jonny Greenwood, do Radiohead. A fotografia é magnífica e os atores têm desempenhos fenomenais.

Prêmios: Venceu o Oscar de melhor ator principal (Daniel Day-Lewis) e melhor fotografia (Robert Elswit). Indicado nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor direção de arte, melhor edição e melhor edição de som.

Cena marcante: Quando explode o poço de petróleo ao som de uma musica tribal afirmativa. Essa cena lembra muito Kubrick e seu jogo de câmeras-imagens e som.



01 – 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (Direção: Stanley Kubrick, 1968, EUA) – ficção científica




Finalmente. A maior obra prima do cinema de todos os tempo. Não à toa, é considerado o melhor filme de todos os tempos por milhares de divulgações. Eu me considero uns dos que compartilham desta escolha. Realizado em 1968 pelo cineasta Stanley Kubrick, cujo roteiro escreveu em parceria com Arthur C. Clarke, baseada na obra de ficção cientifica de Clarke “The Sentinel” e “2001: A Space Odyssey”. O filme esteve simplesmente 33 anos à frente de seu tempo (para não dizer milênios). Antes mesmo de o homem chegar à lua, Kubrick já mostrava a maior aventura da história da humanidade, inclusive a lua com um azul um pouco mais escuro. O filme conta a história de um misterioso monolítico que desde a “aurora da humanidade” vinha interferindo no ritmo da evolução. Depois de milhões de anos, no século 21 uma equipe de astronautas é enviada a orbita de Saturno para investigar um sinal emitido por um misterioso monolítico. Junto com eles esta um super computador, HAL 9000. O super computador entrando numa categoria lógica racional assume uma posição agressiva em relação aos astronautas, tentando eliminá-los um por um. HAL 9000 é a primeira inteligência artificial que tenta desafiar e eliminar o ser humano na história do cinema, dando margem para muitos filmes posteriores sobre o assunto. Um astronauta do filme se salva utilizando-se de uma lógica totalmente irracional se lançando no espaço para entrar na nave.
Existe muita coisa para se falar sobre esse filme, como o pouco diálogo presente, os efeitos especiais e as músicas impactantes. Méritos totais de Kubrick neste assunto. Sei também que Kubrick teve dificuldades financeiras para completar o final do filme que falaria sobre o “contato”. Entretanto, gostei do final, mostrando o ser humano apenas como um animal de cativeiro (muito bem tratado por sinal).

Prêmios: Ganhou o Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Douglas Trumbull); Concorreu nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Diretor.

Cena marcante: Fica difícil já que tem várias cenas marcantes. Sei que vocês pensaram que direi que foi a cena do primata quebrando ossos ao som de Strauss. Mas considero uma das cenas marcantes quando o astronauta de forma impessoal e fria se direciona para desligar o super-computador HAL 9000. O computador simplesmente implora para não ser desligado, parece até revelar emoções, até canta quando o astronauta se aproxima, e o astronauta frio e calculista apenas desliga a máquina.


Máximo Colares

4 comentários:

  1. Apocalypse Now é ótimo! E Quando Éramos Reis também.
    Bom Top 10. Só estranhei não ter Alien ou Star Wars ou Star Trek, mas, enfim...

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  2. hhahaahah Eu gostei muito do top 10 Max. São filmes tãaaooo legais. Amor a flor da pele é dobalacobaco!
    Eu estranhei não ter um filme de ficção científica tb!

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  3. Pois é, faltaram filmes de ficção científica, optei pela variabilidade. Afinal, são ótimos filmes e cada uma tem um história difrente do outro.

    Acho que deveria ter um Top 10 só de ficção científica!!! No próximo sistema solar postarei um que ficará para a história da galáxia!!! hehehe

    Obridado, e aceito sugestões sempre...

    abraços do Max

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