segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Original Vs. Refilmagem

Hoje em dia, nos deparamos com muitas refilmagens, mais precisamente no gênero terror. Obviamente, a intenção da refilmagem é trazer para os dias de hoje uma história que foi contada numa determinada época. Ou seja, a refilmagem nada mais é do que uma renovação. Claro que nos deparamos com muitos filmes que nunca imaginávamos que era um remake. Quer um exemplo que vai te espantar? O Mágico de Oz de 1939. Já havia uma versão em 1925. Quer mais exemplo? Posso citar um aqui: Por Um Punhado de Dólares. O original é um filme japonês chamado Yojimbo, dirigido por Akira Kurosawa. Aliás, outro western é remake de um filme do Kurosawa, Sete Homens e Um Destino.
O que eu quero dizer, é que remake não é uma moda de hoje. Bem, tá certo que hoje é mais forte e mais constante do que antes. Para se ter uma ideia, dos clássicos monstros do terror (Leatherface, Michael Myers, Jason Voorhees, Freddy Krueger, Chucky e Pinhead), 4 deles já tiveram refilmagens.
O Massacre da Serra Elétrica de 2003 é quase tão bom quanto o original. Na refilmagem, o filme fica mais sanguinário, deixando de lado o suspense mostrado no original. Já Halloween, Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, foram caça-níqueis. A única coisa que acrescentaram foram uma história para contar como os vilões surgiram; a pior de todas é a do Freddy Krueger, diga-se de passagem.

Agora, existe filmes clássicos do terror (vou me prender mais a esse gênero que é o qual eu conheço mais) que foram refilmados de forma competente. Um ótimo exemplo é A Noite dos Mortos-Vivos de 1990, dirigido por Tom Savini. O filme é tão bom quanto o original, sem sombra de dúvida. Uma refilmagem que eu acho que superou o original foi Viagem Maldita de 2006 (o original se chama Quadrilha de Sádicos), o francês Alexandre Aja fez um trabalho extraordinário, na minha opinião.

Porém, muitas vezes, encontramos refilmagens que jamais deveriam ter sido feitas (seria bom se o Spielberg pudesse ler esse texto). Fora o Guerra dos Mundos, outro exemplo é o O Dia em Que a Terra Parou (porra, Keanu Reeves?!?!). O que os produtores buscam com essas refilmagens desnecessárias? Será que eles buscam humilhação? Ou será que eles estão cagando dinheiro e durante uma tarde pensam: "ah, qual filme será que vou estragar com o original deixando ele totalmente ridículo?". O mais incrível é quando tais porcarias fazem sucesso por causa do elenco ou diretor (Spielberg é com você de novo).

Um ponto positivo das refilmagens é que, quando o DVD é lançado, provavelmente o DVD do original também será lançado. Um que eu fiquei muito feliz que aconteceu isso foi o extraordinário I Spit On Your Grave (original: A Vingança de Jennifer - refilmagem: Doce Vingança). Os dois filmes são muito bem feitos (e olha que quando eu soube desse remake eu era totalmente contra) - o bom do remake é a violência. Meses atrás foi lançado em DVD o remake do The Last House On The Left (original: Aniversário Macabro - refilmagem: A Última Casa), agora foi lançado o DVD do original. Outros que foram lançados, original e remake é o The Crazies (original: Exército de Extermínio - refilmagem: A Epidemia), que, na minha opinião, o remake é bem melhor. Só falta lançar Quadrilha de Sádicos agora, daí fica perfeito o negócio.

O que eu realmente quero enfatizar aqui é que temos que dar uma chance pras refilmagens, já que elas estão saindo a todo vapor. Eu, ultimamente, estou vendo os filmes sem preconceito.Não quer dizer que, só porque eles são remakes eles são filmes ruins. Admito que alguns são melhores que os originais. Afinal de contas, querendo ou não, parece que vai demorar um bom tempo para eles pararem de serem feitos.

OBS: a cena em que a Jennifer corta o pênis do malandro (no original) é angustiante.
OBS2: não posso deixar de citar A Profecia de 2006. Foi lançado em 06/06/06. E é um filme ruim pra caramba.

Adriano Mendes

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Capitão América (2011)

Criado por Joe Simon e Jack Kirby e lançado pela Marvel Comics em Março de 1941, Capitão América é o primeiro (último) Vingador a aparecer nas telonas. Steve Rogers nasceu em 4 de Julho de 1920 (4 de julho é o Dia da Independência dos EUA e 4 de julho de 1920 foi quando Freud dirigiu-se a Eitingon como "caro Max" pela primeira vez - informação que não tem nada a ve com o Capitão América).
Horrorizado com o que os nazistas faziam durante a guerra, Rogers tentou se alistar várias vezes, porém nunca conseguia até que o General Chester Phillips ouviu que o garoto gostaria de lutar pelo seu país e eis que lhe oferece a oportunidade de participar num projeto ultra-secreto chamado Operação Renascimento (Operation Rebirth) que melhoraria a performance do indivíduo. Aceitando isso, Steve é levado até um laboratório em Washington-DC, onde conhece o Doutor Abraham Erskine (conhecido como Professor Joseph Reinstein), o criador do soro do Super-Soldado. No filme, houve uma leve mudança: não foi o General que indicou Steve Rogers para o projeto e sim o Doutor; no treinamento para escolha do indivíduo que irá tomar o soro, somos apresentados ao General e também a Peggy Carter. Após semanas de testes, finalmente Rogers recebe o soro juntamente com o bombardeio de raios vita. Após isso, o resultado: Rogers estava totalmente melhorado. Um espião nazista, que estava vendo tudo, assassina o Doutor Erskine. A produção mostra exatamente isso. Outra coisa que achei muito legal é que antes de receber o soro, Steve Rogers está raquítico e cabeçudo. Isso foi feito de forma proposital pra aparecer idêntico a HQ. Após um intensivo treinamento físico e tático, Capitão América recebe sua primeira missão: parar o agente nazista chamado Caveira Vermelha. Voltando ao filme, vemos que após a morte de Erskine, Rogers não recebeu tal treinamento, apenas descobriu e controlou seus poderes numa perseguição ao espião que matou o Doutor; a roupa original é mostrada para ser um alívio cômico pois, com certeza, não iria funcionar no filme; a partir daí temos uma mistura da HQ original com a versão Ultimate da Marvel, descobrimos que o Caveira Vermelha (Johann Schmidt) é tão forte quanto Capitão América (o que na versão original não existia) e a mudança do uniforme.

A partir da primeira ação no filme, já vira uma mistura de muitas histórias do herói. Durante o filme, é possível perceber várias brechas pra futuros filmes, não só do Vingadores como também de personagens-solo e do próprio Capitão América. Apesar disso, o filme não ficou massante, a história ficou muito boa. Dou uma dica pra um filme solo: Soldado Invernal (Winter Soldier) - pesquisem no Google e saberão do que estou falando. Além da presença do Tocham Humana (original) na exposição do Howard Stark - tem que prestar bastante atenção nessa aparição pois é bem rápida. E não posso me esquecer do Comando Selvagem - Google de novo, meus caros. O que foi deixado de lado, e feito inteligentemente isso, foi o grupo Os Invasores que foi formado por: Capitão América, Bucky, Tocha Humana, Namor, Centelha, Miss América, Union Jack e Spitfire. Nessa nova produção, percebemos que o principal inimigo do Capitão América é, realmente, o Caveira Vermelha e não o Cubo Cósmico, que nas HQs originais era o seu "maior inimigo". Pra quem não sabe, o Cubo Cósmico é um artefato que foi criado pela sociedade secreta para-militar denominada I.M.A. (não lembro o que significa, caros leitores) com o objetivo de dominar o mundo (é claro, sempre é isso!). Eis que o Caveira Vermelha se apossa do Cubo Cósmico e se torna poderoso, mas é derrotado pelo Capitão América. Ah sim, o Cubo Cósmico que tem a capacidade de transformar qualquer objeto em realidade, independente do que aconteça.

Devo dizer que gostei muito desse novo filme, até achei melhor que Thor (estou vendo pedras chegando em minha direção). As cenas de ação são ótimas, a maquiagem do Caveira Vermelha é uma das coisas mais perfeitas que já vi. E eu queimei minha língua quando eu disse que o filme seria ruim por conta do Chris Evans. O cara soube muito bem suportar a responsabilidade do maior ícone da Marvel, com poucas piadas e muito carisma. As cenas cômicas ficaram mais pro personagem de Howard Stark (que está muito parecido com Tony Stark). OBS: alguém lembra o nome daquele elemento que Anthony Stark usa em Homem de Ferro 2 pra melhorar sua armadura e também pra salvar sua vida?
General Chester Phillips interpretado perfeitamente por Tommy Lee Jones, não imagino um outro ator no papel. Hayley Atwell, essa lindeza toda que interpreta Peggy Carter e Hugo Weaving como Caveira Vermelha, atores perfeitos para os papéis que interpretaram.
Porém, o que mais deixou boquiaberto mesmo, foi a cena pós-créditos: o teaser trailer de Vingadores. Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Gavião Arqueiro e Viúva Negra, fora a galera da SHIELD, fiquei boquiaberto com as cenas. O Capitão arrebentando um saco de areia; Homem de Ferro "zoando" Thor; uma aparição relâmpago do Hulk lançando uns carros e de Bruce Banner; aparições da Viúva, Gavião e Nick Fury. Eu endoidei.
Pra finalizar: a cena antes dos créditos foi triste - "I had a date." - coitada da Peggy Carter.

Elenco:
Chris Evan - Steve Rogers/Capitão América
Hayley Atwell - Peggy Carter
Sebastian Stan - James Buchanan 'Bucky' Barnes
Tommy Lee Jones - Coronel Chester Phillips
Hugo Weaving - Johann Schmidt/Caveira Vermelha
Dominic Cooper - Howard Stark
Stanley Tucci - Dr. Abraham Erskine
Toby Jones - Dr. Arnim Zola
Neal McDonough - Timothy 'Dum Dum' Dugan
Derek Luke - Gabe Jones
Kenneth Choi - Jim Morita
JJ Feild - James Montgomery Falsworth

Curiosidade:
O filme de 2011 é a sexta produção do Capitão América. O Bandeiroso encontrou as telonas (e também as telinhas) anteriormente nos anos de 1944, 1966 (série de TV), 1979 (d0is filmes) e 1990.

Adriano, your friend to the end hidey-ho hahaha!

sábado, 23 de julho de 2011

X-MEN


















X-MEN first class é isso: Ciclope, Jean Grey (Garota Marvel), Fera, Anjo (ou Arcanjo) e Homem de Gelo. Qualquer coisa fora disso é coisa da FOX...

Como pode??? Já tinham estragado a "ORIGEM" do Wolverine, agora fazem um filme com uma pseudo origem dos X-Men, com personagens fracos e que não possuem nenhum contexto em uma linha cronológica MARVEL comics!!!???




O filme até que funciona bem, Michael Fassbander como Magneto e James McAvoy como professor Xavier carregam o filme com boas atuações, em nada devem aos veteranos Ian Mckellen e Patrick Stewart, da trilogia anterior. Também temos Kevin Bacon muito bem como o vilão Sebastian Shaw!!! O resto... são atores esforçados!!! A direção também não vai mal com Matthew Vaughn, que já havia feito o ótimo Kick Ass!!!




No mais, por que inventar uma nova história se já existe uma realmente boa e que não precisa de retoques??? Assim como o Wolverine??? Será que é apenas para vender mais brinquedos??? Colocando uma sensura baixa???




Má idéia!!! Não exatamente na "casa das idéias", mas por parte da FOX!!!




Sem mais...




sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Super-Homem

O nome do filme é: "O Homem que era o Super-Homem".
Produção do ano de 2007, com estréias no ano de 2008 para o restante do mundo. Sua origem é da Coréia do Sul e pode se classificar como um drama/comédia.

Há momentos na vida no qual se reflete sobre o andamento das nossas realizações, frustrações, méritos, sonhos, paixões, etc., momentos que o mundo para e há um questionamento sério: quem sou EU???

O filme inicia dessa forma, mas há muito mais para ser refletido do que o início de humor se aproximando do infantil, bastante caricato; a película se desenvolve como uma pessoa, passando por uma fase conturbada de aceitação, quase como na adolescência, chegando do meio ao final com uma postura séria e madura como na fase adulta e terminando serenamente na melhor idade. Não chega a lembrar o "Up" da PIXAR, mas a reflexão irá além...

Dos atores principais quem se destaca é Hwang Jung-min, o tal Super-Homem do título, atraindo todos os olhares para si em uma atuação muito detalhada. É nítido como o mesmo personagem parece tão diferente do começo para o final.

O roteiro é derivado de uma história real, e isso realmente impressiona. Se fosse um filme francês, com certeza seria muito mais conhecido e dramático.

A fotografia é como um típico filme asiático, de bastante qualidade. Bastante luz mesmo em ambientes fechados e nas cenas ao ar livre há uma variedade de cores que sempre estão em harmonia com a intensidade da cena.

O figurino chama um pouco a atenção pela já tradicional e marcante capa vermelha que é característica do super herói da DC comics, que tem o nome de Super-Homem. Talvez o personagem de histórias em quadrinhos mais famoso mundialmente, mas no filme é uma peça que chama a atenção pelo seu simbolismo.

Retornando ao que prende a atenção, a reflexão está exatamente na questão inicial. Será que sabemos sempre quem somos e o que queremos??? Os dois personagens principais se trocavam dentro do mesmo questionamento, mas nem sempre as questões de racionalidade e as crises da rotina possibilitam que se visualize ao nosso próprio EU em um espelho da consciência.

Será que sou aquele que iria ajudar as necessidades de quem se apresenta em estado de socorro, ou seria mais uma pessoa no meio da multidão a ignorar o fato??? Talvez como POVO, uma coletividade de ovelhas, principalmente no aspecto político, a maioria nunca se arriscaria nem se meter em uma discussão com argumentos sérios, o que nos torna apolíticos e em estado de inércia aos fatos que podem mudar drasticamente o cotidiano próprio. A inércia como definida por Newton, possui a característica de ser nula e estática e assim como na vida, não teremos nenhum tipo de mudança se não há o desejo e a vontade para que as coisas mudem. Isso fica bem perceptível na cena da "corda da mulher maravilha"... Afinal, você está aí porque quer; o seu lugar... é aqui s2!!!

De acordo com Paulo Freire a PRÁXIS é a ação e a reflexão dos homens para a transformação. É o que se busca na vida. Não se pode, pura e simplesmente praticar uma atitude sem reflexão; contudo a reflexão apenas nãos nos traria nenhuma mudança, a não ser em nós mesmos. Podemos sempre, TODOS NÓS ter a capacidade de ser o Super-Homem, voar em busca de nossos sonhos e pelo ideal de fazer o que é considerado pela moral atual de correto e virtuoso, só não há coragem e vontade no grande pasto, urbano ou rural, real ou virtual, em um universo macro e nem no micro.

Para os gregos a nomenclatura cidadania envolvia: DIREITOS de cada cidadão e principalmente OBRIGAÇÕES, que geralmente é deixada para o esquecimento dos contemporâneos cidadãos.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Real e a Realidade na Ficção Científica

Mais estranho ou triste do que viver talvez seja o desconhecimento de onde estamos ou em que lugar vivemos. Aquela leve sensação de alguém nos observando do alto, Alice correndo atrás do coelho. Diz o Gato sorridente: “quem não sabe pra onde vai qualquer caminho serve”. Estranhos sonhos numa caverna de imagens. Olhamos ao redor e não precisamos nos perguntar.
Até mesmo quando a dúvida se torna uma coceira instigante ela acaba passando sem significância aos nossos olhos. O que importa é viver. E apenas vivemos, interpretamos, sorrimos ou choramos. Entretanto, para tudo e um pouco mais, ainda temos a imaginação. Esta só passa ser algo por meio da palavra significada, da imagem intepretada e do movimento. Não existe nada mais forte na vida que os sentimentos imaginados.
A partir de quando questionamos o que é real? O concreto ou o caos sem significação? Talvez responderiamos: “desde sempre”! Mas... onde... e quando começa esse “sempre”? No cinema, como em toda forma de expressar a vontade humana, a questão “do que é o real” ou “em que realidade vivemos” tem-se apresentado num dos elementos mais instigantes no processo de pensamento e seus desafios pela ficção. Não à toa me tornei fã de carterinha de filmes de ficção científica. Somente a ficção desafia o óbvio, desmascara o banal e o comum, mostra o além da realidade crua – mexendo com nossos medos, anseios e sentidos – estampando nossa condição humana. Como a condição é ou pode ser. Os limites também, sim! Mas também aquilo que nunca imaginaríamos ser possível ou alcançável – ou seja, o sem limite de nós mesmos.

O que é o real? Talvez seja essa a pergunta que três filmes (que logo apresentarei) tentaram questionar em apenas alguns minutos de projeção. Irei um pouco mais além, a questão essencial não é saber o que é o real e sim em qual realidade vivemos. No primeiro longa de hoje intitulado “Preso na Escuridão” (Abre los Ojos, 1997), César é uma espécie de mulherengo narcisista, bem acostumado ao desfrute de suas conquistas intímas e de sua herança milhionária. Depois de conhecer a bela e atraentea atriz Sofia e compartilhar de novos sentimentos, César cai num dos piores pesadelos que poderia acontecer na vida de um narcisista – tem seu rosto desfigurado num acidente de carro. Depois de sofrer devido sua nova condição, César se depara com um instante inusitado e mágico, médicos recuperam seu antigo e belo rosto por meio de uma cirurgia revolucionária. Logo depois de reconquistar Sofia, sua recente paixão, o que parecia um sonho na vida de César aos poucos acaba por se revelar num labirinto de pesadelos. A partir desse momento César começa a sofrer de alucinações e aos poucos passa a questionar a realidade em que vive – tentando colocar a prova sua sanidade mental e fisíca.


Já no filme “Cidade das Sombras” (Dark City, 1998) John Murdoch (Rufus Sewell) acorda misteriosamente sozinho e sem memória na banheira de um hotel. A partir de então John percebe que está sendo suspeito de cometer vários assassinatos. Será ele o assassino? Além de ser perseguido por um inspetor (William Hurt) e também por estranhas criaturas parecidas com Nosferatu, John começa a procurar por respostas para sua enigmática identidade. O cenário se apresenta numa cidade onde nunca amanhece (expressionismo alemão). Para isso John contará com a ajuda do esquisito Dr. Pehreber (Kiefer Sutherland) e também tentará contar com sua frágil memória, principalmente em relação a uma vida que possivelmente não deveria ter existido, e que o intrigará durante toda a trama. Aos poucos John Murdoch acaba por possuir estranhos poderes que o ajudarão no confronto final com os manipuladores de sua realidade.


O filme 13º Andar (The Thirteenth Floor, 1999), baseado no romance de ficção-científica Simulacron 3, talvez seja a obra de ficção que melhor questione sobre a realidade que criamos e a realidade que vivemos. A história começa com dois sócios de uma grande corporação que estão prestes a concluírem o mais avançado projeto de simulação de realidade. Entre eles está Douglas Hall (Craig Bierko) que, após ser contatado pelo detetive McBain, descobre que seu chefe e sócio Fuller (Armin Mueller-Stahl) acaba de ser assassinado na noite anterior, no dia que, supostamente, Fuller havia marcado um encontro entre os dois. A partir desse momento Douglas Hall começa a investigar o que seria de tão grave que seu sócio queria lhe revelar. Não obstante, Douglas também passa a ser alvo de suspeita de assassinato do próprio colega. Sem obter respostas e depois do encontro misterioso com a desconhecida filha de Fuller, Douglas percebe que só resta se aventurar pela “realidade virtual” recém-criada para obter as descobertas que Fuller queria lhe mostrar. No 13º Andar de onde trabalha Douglas nunca pôde imaginar que a distinção entre criação e criador seriam tão assustadoramente estreitas. E a verdade, neste caso, apenas fumaça e espelhos.
O interessante é que nos três filmes os protagonistas são suspeitos de assassinatos, o que deixa transparecer ainda mais suas "insanidades" a partir do momento que questionam o que é o real. Outra característica marcante dos três filmes é o que poderíamos chamar de “Dejà Vú”, o que em Matrix é apenas um gatinho desfilando sua elegância por duas vezes, em 13º Andar se trata de uma das chaves da trama. Emoções compartilhadas, percepções de que já encontraram “aquela pessoa” em algum momento ou em algum lugar, estão entre os mistérios do filme.
Então, para concluir, a memória pode ser falha em alguns casos, mas é a essa memória que recorremos quando queremos definir o que somos ou quem queremos ser. Talvez seja coincidência o fato dos três filmes estrearem em linhas sucessivas de anos (1997, 1998, 1999), ou talvez não. Seria o mundo da ficção científica querendo nos revelar um enigma? Pelo menos nestes casos a diversão em descobrir é puramente garantida, sem dizer que é também interessante. Então... boa pipoca a todos!!! E abram os olhos para uma nova realidade.

Abraços do Max

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O mito da caverna e o custo-benefício!!!!





Como já diria um já saudoso comercial de TV, você quer pagar quanto???



Há filmes que realmente valem o preço do ingresso, a cada minuto uma obra prima, pensada e repensada nos mínimos detalhes, roteiro, arte, fotografia, tudo que chame atenção dos sentidos, não apenas a visão!!!!



Contudo, há que se pensar, quanto vale também o nosso precioso TEMPO, para assistir algo que realmente não é compatível com a valoração: custo + benefício???



Filmes senso-comum, que utilizam as mesmas fórmulas de consumismo barato e acabam por criar um universo inteiro de pessoas senso-comum... reproduzindo ainda mais senso-comum... falando das mesmas coisas e pensando nas mesmas coisas!!!



Estamos quase que em um desses filmes de ficção científica!!!! Cada vez mais é difícil encontrar pessoas pensantes, que realmente raciocinam as informações que lhe chegam na mente. É muito fácil dizer as mesmas coisas, é muito fácil concordar com tudo e com todos, é ainda mais fácil discordar de todos sem dar uma argumentação plausível!!! Não é que todos necessitem opinar sobre tudo, mas é melhor não se expressar sem conhecimento!!!



Os indivíduos cada vez mais estão ficando acomodados na situação de não reflexão, é muito mais fácil ficar dentro da caverna...



É muito mais fácil baixar um filme de qualidade duvidosa, ao invés de ir ao cinema reproduzir o consumo alienado; é muito mais prático, econômico e conivente nos dias atuais.



Não deixarei de ir ao cinema, assim como não se deixam de comprar CD´s e DVD´s, são práticas puramente edonistas a quem obtem prazer nessas atividades. Porém se sabe que a qualidade e gosto são de valoração subjetiva e individual, a cada um se coloca uma escala totalmente pessoal do que mais atrai.



Talvez propaganda realmente seja a alma do negócio, talvez no nosso peito bata um alvo muito fácil, não importando a quantidade valorativa gasta em um filme. Mas mesmo assim há quem pague para ver!!! Assim a indústria da banalização das coisas de qualidade e gosto duvidosos cresce a cada dia, assim nos tornamos programados para aceitar o que nos é IMPOSTO, sem questionamentos.



Enfim, vamos todos pagar pra ver???

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sua Imagem e Semelhança - THX 1138





Imagem: Meu tempo é seu.

THX 1138: - Massas para as massas...

Imagem: - Prossiga.
- Muito bem.
Pode começar.

THX 1138: Bem...

eu errei na transferência térmica hoje de manhã.
Jamais aconteceu antes.

Eu não estava muito concentrado.

Imagem: - Sim, entendo.

As coisas não estão...
...indo bem.

Imagem: - Sim. Que bom.

- Como pude errar tanto?

Minha companheira...
anda bem estranha.
Não consigo explicar isso.

Imagem: - Sim.
- Também não me sinto muito bem.

Imagem: - Sim, entendo.
- Não sei, talvez eu seja o problema.

Imagem: Sim. Que bom.

Precisei de Pendural noite passada.
- Sinto como se algo...

Imagem: - Excelente.

...estranho estivesse
acontecendo comigo. Algo que...

Imagem: Sim.

...não consigo entender.

Imagem: - Poderia ser mais... específico?

Os sedativos.
Estou tomando Etracene,
mas não parece forte o suficiente.
- Tenho dificuldade em me concentrar.

Imagem: - Sua fé é verdadeira.
Receba as bênçãos do Estado...


- Por favor, me perdoe.

... e das massas.
És um súdito do Divino,
criado à imagem do homem...

pelas massas, para as massas.

Agradeçamos por ter
um cargo a preencher.
Trabalhe duro.
Aumente a produção.

Previna acidentes. E...
seja feliz.

sábado, 11 de junho de 2011

OMEGA DOOM – Uma Espécie de Faroeste Futurista


Não é nenhuma novidade a combinação de elementos de gêneros diferentes na produção de diversos trabalhos artísticos, seja na literatura, música ou cinema. Tratando-se de filmes, não podemos deixar de notar que gêneros como ação, suspense, comédia, romance, ficção e terror já estiveram combinados na mesma película e por sinal acabaram se constituindo em excelentes trabalhos, e em alguns casos em excelentes obras-primas. O filme que lhes apresento – Omega Doom (1996) – é uma combinação de dois gêneros que aprecio e tenho orgulho de ser fanático, o filme combina os gêneros de ficção científica com a mais peculiar malícia do estilo western.
A história se passa num futuro apocalíptico depois de toda destruição empreendida e travada numa guerra entre humanos e máquinas. No meio desta batalha o androide Omega Doom foi ferido na cabeça por um tiro disparado por um soldado humano, e perdeu seu programa de comando de guerra passando a viver (supostamente), depois desse fato, como um renegado andarilho.
Não é necessário ser um gênio para reparar que o filme é de baixo orçamento, com efeitos especiais modestos e um cenário que parece mais o terreno baldio de seu vizinho. Entretanto, Omega Doom não deixa de ser uma boa pedida para amantes do gênero. Combinando elementos de ficção científica e western, o filme além de apresentar um roteiro interessante, também demonstra que as qualidades de uma película estão na forma criativa de expor aquilo que nossa imaginação permite. Neste exemplo, – um futuro caótico dominado por gangues rivais com androides sobreviventes duelando por seus próprios interesses no melhor estilo western. Estes androides demonstram suas virtudes, defeitos e fraquezas num cenário Europeu devastado pelo inverno nuclear.
O androide Omega Doom é interpretado pelo excelente ator de ficção cientifica Rurger Hauer. Quando Omega se depara num parque povoado por duas gangues rivais de androides, sua presença arrogante e destemida começa aos poucos a mexer com os circuitos desses dois grupos de nervosinhos. Ao perceber que o interesse das duas gangues é se apoderarem de possíveis armas escondidas naquele território, Omega começa um jogo de armadilhas visando destruir as duas gangues simultaneamente. No meio de toda essa confusão estão dois androides pacíficos que irão futuramente ajuda-lo. Um dos andróides é o que sobrou (cabeça) de um ex-professor e o outro uma ex-babá. Aos poucos os verdadeiros objetivos de Omega Doom começam a se revelar. Não poderia faltar neste cenário as tão famosas cenas de bar tão característica dos filmes de western.
Como a maioria das armas foram devastadas devido às guerras nucleares, os duelos são realizados por meio de adagas. Uma das gangues se chama “Os dróids” que são quatro mercenários que se movimentam igual ao Robocop. Já a gangue rival se chama “The Roms”, são três mulheres androides de nível avançado e com figurino estilo Matrix, ou melhor, com figurino que Matrix copiou na cara dura. A única coisa em comum desses androides é o fato de serem assassinos natos e temerem o retorno dos humanos.
Por diversas vezes fiquei pensando se "Omega Doom" poderia ser um filme muito melhor se fossem investidos um bom orçamento ou utilizassem a última tecnologia de efeitos especiais tão facilmente disponíveis até para filmes de baixo orçamento. Entretanto, também fico pensando que filmes com roteiros interessantes poderiam apenas se “estragar” com os apelos da indústria dinheiristas do cinema, como aconteceu com filmes lixos como “Eu, robô” e “Transformes 1 e 2”. Não tenho muito que dizer e confesso que gostei do filme "Omega Doom" do jeito que ele é – um simples filme de ficção científica. E para quem não assistiu seja rápido no gatilho e assista ao filme ou levará bala. : )


Abraços do Max

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Do You Like Scary Movies?

O ano: 1996. O diretor: Wes Craven. O escritor: Kevin Williamson. Para os "gore geeks" essas pequenas informações já bastam. Mas, para interar todos no assunto, estou falando de um filme que mudou a história do terror: Pânico. Wes Craven, um diretor que teve seus altos e baixos, volta com maestria na primeira parte de uma quadrilogia. O filme, que era pra ser chamado como "Scary Movie" (um tipo de referência para o que o assassino fala em seus telefonemas) acabou sendo chamado "Scream" pelo motivo da máscara do Ghostface ter sido inspirada pelo quadro que leva o mesmo nome. Craven, que é conhecido por ter feito 3 ótimos filmes: Aniversário Macabro (The Last House On The Left - 1972), Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes - 1977) e A Hora do Pesadelo (A Nightmare On Elm Street - 1984) foi escolhido para dirigir uma história escrita por Kevin Williamson (o primeiro trabalho do cara). Uma história simples que mudou gerações. Antes do lançamento de Pânico, os filmes de serial killer estavam em baixa, antes dele tivemos, entre os reconhecidos pela galera, Silêncio dos Inocentes ( The Silence Of The Lambs - 1991) e Seven - Os Sete Crimes Capitais (Seven - 1995).
Foi então que eles resolveram fazer Scream. Mas, não foi apenas fazer, foi uma reinvenção. Todo fã de terror se deliciou com as referências que o filme mostra e também o suspense criado na trama. Além disso, foi o pontapé para as produções de "terror teen" e a fórmula do susto fácil, que foi usado de forma um tanto que exagerada na produção. Mas isso não tirou a curiosidade dos fãs de terror que lotaram os cinemas naquela época (eu só pude assistir em VHS, tinha 10 anos naquela época). Juntando tudo isso e mais um elenco de pessoas um tanto que desconhecidas, o filme lucrou muito mais do que se esperava. Tanto que originou mais duas continuações: Pânico 2 em 1997 e Pânico 3 em 2000, só 11 anos depois que resolveram criar mais um, vou me prender mais em Pânico 4 nos parágrafos seguintes.
Pânico se prendeu na homenagem e na recriação de um gênero. Já Pânico 2 e 3, ficaram um tanto que no mesmo, recriando pouca coisa. Agora, Pânico 4, lançado aqui no Brasil na última sexta-feira (15/04/2011), resolveu trazer a franquia para os tempos de hoje. O filme, que tem todos os personagens sobreviventes dos filmes anteriores (mesmos atores também) resolve falar sobre as ondas do momento: remakes e filmes em primeira pessoa. Reparem que eu não estou entrando em detalhes sobre a história de cada filme, não estou fazendo isso porque eu acho que irei entregar muita coisa que não se deve ser falada. Mas, pensem assim: se a onda de hoje em dia é refilmagem, quando você ver Pânico 4 você vai achar que está revendo Pânico.
Craven e Williamson souberam trabalhar muito bem na história, que foi muito cativante e, devo dizer, que entre os 4 filmes esse é o segundo melhor. As referências estão presentes, o susto fácil está presente e tem até mortes mais "elaboradas" com bastante sangue e nojeira, tem até mais comédia agora. Depois do mediano A Sétima Alma (My Soul To Take - 2010), Wes se superou bastante. É muito bom ver um diretor que marcou bastante minha infância mostrando novamente seu ótimo trabalho.
Vou parar por aqui, até queria escrever mais alguma coisa mas acho que entregaria muita coisa sobre a trama do filme. Apenas vou apontar algumas referências que os filmes possuem:

Pânico (Scream - 1996):
- O sobrenome do personagem Billy Loomis foi usado como homenagem ao Dr. Loomis (Donald Pleasence) de Halloween (o escritor Kevin Williamson escreveu no roteiro que Halloween é seu filme predileto. O cara tem bom gosto) que recebeu esse sobrenome do personagem Sam Loomis (John Gavin) de Psicose.
- Na cena inicial Casey (Drew Barrymore) está fazendo pipoca, uma cena similar a Annie Bracket (Nancy Kyes) em Halloween.
- Casey grita por ajuda mas sua voz não saia, assim como Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) em Halloween II.
- Na cena em que Billy entra pela janela do quarto de Sidney toca a música "Don't Fear The Reaper" que tem na trilha sonora de Halloween. A versão de 1978 foi feita pela banda Blue Oyster Cult.
- Em uma das cenas está passando Halloween na televisão.
- Na cena inicial, o assassino pede para Casey dizer o nome do assassino em Sexta-Feira 13 (Friday the 13th - 1980). Levante a mão quem disse Jason. Mas você está errado, foi Mrs. Voorhees (Betsy Palmer), a mãe de Jason.
- Sidney mora na "34 Elm Street", a mesma rua de Freddy Krueger.
- A melhor de todas as referências: o zelador que aparece bem rápido é o diretor Wes Craven e ele está usando uma roupa idêntica ao de Freddy Krueger (Robert Englund).
- O jeito que Casey é pendurada após ser morta lembra bastante a garota morta em Suspiria (1977) - diga-se de passagem: Suspiria é um filmaço.
- Durante uma conversa o filme Candyman (1992) é mencionado.
- Sidney compara a cidade com The Town That Dreaded Sundown (1976) - não foi lançado no Brasil, mas é um ótimo filme.
- Os filmes locados para a festa de Stu: Hellraiser (1980), A Bruma Assassina (The Fog - 1980), A Morte convida Para Dançar (Prom Night - 1980), Terror Train (1980) e The Evil Dead (1982).
- Tatum (Rose McGowan) diz: "What is this? I Spit On Your Garage?" - uma referência para A Vingança de Jennifer (I Spit On Your Grave - 1978).

Pânico 2 (Scream 2 - 1997):
- Durante uma discussão sobre sequências que foram melhores alguns filmes foram mencionados, como: Aliens (1986), O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator: Judgmente Day - 1991).
- Na cena do cinema, quando eles estão vendo Stab (um filme baseado nos acontecimentos do primeiro Pânico - metalinguagem) o Ghostface que voa pela sala é uma referência a A Casa dos Maus Espíritos (House On Haunted Hill - 1959).
- Um personagem diz que não quer fazer parte de Faces da Morte (Faces Of Death).
- Quando está falando com o assassino, Randy diz que seu filme de terror predileto é Showgirls (1995), também menciona Final Exam (1981), Graduation Day (1981), Splatter University (1984), The House On Sorority Row (1983) e The Dorm That Dripped Blood (1970) - filmes em que o serial killer se "diverte" nas universidades, Pânico 2 se passa, basicamente, numa universidade.

Pânico 3 (Scream 3 - 2000) - só lembrei de uma:
- O nome da personagem Jennifer Jolie é uma combinação de Jennifer Aniston e Angelina Jolie.

Pânico 4 (Scream 4 - 2011):
- O estilo de filmagem e o enredo da história.
- É mencionado filmes como: Madrugada dos Mortos (Dawn Of The Dead - 2004), Horror em Amityville (The Amityville Horror - 2005), A Hora do Pesadelo (A Nightmare On Elm Street - 2010), Sexta-Feira 13 (Friday the 13th - 2009), entre outros.
- O nome de Gunnar Hansen é mencionado. Ele foi o primeiro Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre - 1974).
- Jogos Mortais (Saw) é mencionado.
- Numa cena vemos vários posters de filmes consagrados.

Adriano Mendes

domingo, 17 de abril de 2011

“Doze homens e uma sentença” e o ofício do cinema







Sabrina Demozzi

Primeiro é o filme. E depois a paixão que torna “Doze homens” um dos filmes mais memoráveis de todos os tempos

Pra começar a falar desse filme vou citar uma canção que Maria Bethânia interpreta como ninguém, trata-se da música “Sete Trovas” dos autores Consuelo de Paula, Etel Frota e Rubens Nogueira. Nessa música fala-se do que significa o ofício da música, como podemos ver nos versos a seguir:

“A canção é meu pecado

Minha dor e redenção

Meu brinquedo, meu reisado

O meu bocado de pão

A canção é meu estado

Minha sina, distração

Meu folguedo, meu congado

Meu cajado, profissão... “

Uma sorte. Um presente. Continua a linda letra que vai ilustrar o que é a canção para quem a ama e torna disso seu trabalho. E é aqui que começo a falar de Sidney Lumet. Um trabalhador do cinema. Um homem que nos deu “Doze homens e uma sentença” uma das maiores obras-primas da cinematografia. Um daqueles filmes que não dá pra gente morrer sem ver. Além é claro de todas as outras belezas que ele realizou.

Esse filme é de 1957 e o título original é “12 Angry Men”. No elenco, estrelas como Henry Fonda, Martin Balsam, Lee J. Cobb e Jack Warden dividem as atenções. Um filme cuja sinopse resume o filme como “Doze jurados devem decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato, sob pena de morte. Onze têm plena certeza que ele é culpado, enquanto um não acredita em sua inocência, mas também não o acha culpado. Decidido a analisar novamente os fatos do caso, o jurado número 8, representado por Henry Fonda, não deve enfrentar apenas as dificuldades de interpretação dos fatos para achar a inocência do réu, mas também a má vontade e os rancores dos outros jurados, com vontade de irem embora logo para suas casas.”

Lee J. Cobb, um ótimo ator, é o jurado de número 3 e é um dos personagens que mais me dá nos nervos. Ele grita demais, é racista e preconceituoso. É uma tortura quando ele está em cena. Sempre penso nisso quando vejo esse filme. Já o Henry Fonda que interpreta o jurado número 8 é a elegância em pessoa, fala baixo, de forma coerente. Como um Sócrates moderno ele instiga os demais jurados a fugirem das convicções recém formadas e a pensarem melhor. “E se não for bem assim?”.

Esse filme para mim, fora todos os méritos cinematográficos que possam existir, é um dos filmes que todos deveriam assistir por questionar o que já está estabelecido, o que já está decidido. Não estou pregando a anarquia, mas sim a argumentação, o pensamento e a inteligência.

E é só quem faz da sua vida seu ofício e vice-versa que consegue transmitir isso com tamanha precisão. Como fez Lumet. Ele era um observador da realidade e das pessoas, conseguia como poucos transportar para as telas os tipos de pessoas sem cair na caricatura ou falsidade, era um gênio. Seus atores pareciam nascer para os papéis e nós sem querer nos solidarizávamos com os piores tipos, torcíamos pelos bandidos, porque eles não eram tão ruins assim. E quem se identifica, reconhece.

“Doze homens” é um daqueles filmões que não existem mais. Quem faria um filme cujo enredo se passa, a maior parte do tempo, em uma sala onde jurados estão reunidos? Sem saudosismo, acho Lumet essencial não só para quem gosta de cinema, mas todos que levam seu ofício a sério. Não importa qual seja. Esse filme é uma das maiores mostras de que há gente que nasceu para determinado trabalho e se apaixonar pelo que faz é conseqüência, assim eu finalizo esse texto perguntando: qual é seu ofício?

domingo, 3 de abril de 2011

O Caminho dos Defuntos

Tudo começou em 1968, quando um diretor de apenas 28 anos juntamente com seus amigos resolveu fazer um filme de terror com pouco orçamento e filmado em preto-e-branco, eis que falo de George A. Romero e seu filme, que se tornou um clássico cult, "A Noite dos Mortos-Vivos". O filme que foi produzido com apenas U$114.000 e arrecadou U$30 milhões após ser exibido várias vezes durante alguns anos. Além disso, foi o primeiro filme a mostrar mortos-vivos canibais, dando uma nova visão a filmes de terror, a partir dele, vários filmes copiaram essa temática. Na época em que foi lançado, críticos não gostaram do filme por causa do apelo explícito. Apesar disso, foi selecionado para fazer parte do "National Film Registry" como um filme "culturamente, historicamente ou esteticamente significante". Como "A Noite dos Mortos-Vivos" não possui direitos autorais, a história originou vários outros filmes, mas o melhor de todos foi a sua refilmagem que contou com a participação do mestre George A. Romero. Foi dirigido por Tom Savini, especialista em efeitos especiais (Savini trabalhou com Romero no "Despertar dos Mortos", falarei em breve sobre).
Após 10 anos, depois de ter feito filmes que não o deixaram tão famoso, Romero volta pra aquilo que ele criou e, dessa vez, voltou com a perfeição, voltou com o melhor de todos os tempos. Dessa vez, o diretor contou com pessoas de peso na produção: Dario Argento (que ajudou na produção, na trilha sonora e na divulgação do filme) e Tom Savini (ajudou nos efeitos especiais e fez uma ponta). Nesse filme, a crítica social é feita ao consumismo. Foi filmado no "Monroeville Mall" onde, até hoje, tem lojas que aparecem no filme. Hoje, dentro do shopping, existe uma loja específica que fala sobre o filme e vende acessórios. Mas, voltando ao filme, até hoje ele faz muito sucesso e todos os fãs de terror veneram o filme. Em 2008, "Despertar dos Mortos" foi eleito pela revista Empire como um dos 500 melhores filmes de todos os tempos, junto nessa lista também está "A Noite dos Mortos-Vivos". Em 2004, foi feita uma refilmagem e foi dirigido por Zack Snyder. Mas, a melhor coisa que teve em 2004 foi quando a distribuidora Anchor Bay Entertainment lançou um box com 4 DVDs com as versões que o filme teve (foram 4) juntamente com extras. Eu ainda terei esse box maravilhoso.
Em 1985, 7 anos depois de sua obra-prima, George fecha o que, primeiramente, seria "A Trilogia dos Mortos" com o filme "Dia dos Mortos". Este já não foi tão bem recepcionado quanto seus antecessores, mas não deixa de ser um filme ótimo. Os efeitos especiais ficaram nas mãos de Gregory Nicotero que, ano passado, ajudou na produção da ótima série "The Walking Dead". Voltando ao filme, gerou várias homenagens em outras produções. Por exemplo, no filme "Extermínio", dirigido por Danny Boyle, os militares britânicos lembram bastante os personagens do filme de Romero e, como em "Dia dos Mortos" eles guardam um "infectado" para testes. Rendeu uma péssima continuação que não indico nem a meu pior inimigo: "Dia dos Mortos 2 - Contágio". E gerou um remake que é tão ruim quanto a continuação. Não lembro em qual dos dois que tem um zumbi vegetariano.
Vinte anos após "Dia dos Mortos", George A. Romero volta pra nos mostrar mais zumbis famintos. Após filmes mudarem um pouco o conceito sobre mortos-vivos (Extermínio, por exemplo) e receber homenagens em outros filmes (o extraordinário "Todo Mundo Quase Morto"), o diretor resolve evoluir seus zumbis. A crítica social continua presente, assim como o gorezinho essencial mas, dessa vez, os saudosos comedores de carne humana conseguem se comunicar. Lembro que assisti no meu aniversário de 2005 e foi ótimo! Recebeu ótimos elogios de críticos apesar de sua classificação alta nos cinemas.
Com a febre dos filmes com câmeras estilo documentário, George Romero também resolve se aventurar nessa. Após o sucesso do extraordinário filme espanhol [REC], em 2007 o diretor lança "Diário dos Mortos". Muitos consideram um tipo de continuação para a "Quadrilogia dos Mortos" mas, ao meu ponto de vista, já faz parte de outra série, digamos assim. Um fato curioso é que Romero usou algumas músicas que foram usadas na trilha sonora de "A Noite dos Mortos-Vivos". Críticos mencionaram que Romero continua sendo um mestre no que faz quando se trata de zumbis, devo dizer que todos estão certos.
Pra finalizar (ou não, pois Romero disse que mais zumbis estão vindo), ano passado (2010) George lançou "Survival Of The Dead" (dias atrás eu li que foi lançado como "Ilha dos Mortos") e, dessa vez, os zumbis também sofreram um certo tipo de evolução, só vendo o filme pra entender. Este já não foi tão bem recepcionado tanto por críticos quanto por fãs. Eu gostei, ainda mais de tanta porcaria que vi hoje em dia, relacionado a mortos-vivos, é claro.

Finalizando, com esse texto eu queria deixar todos os leitores curiosos pra conhecer o trabalho desse mestre. Não é necessário ver todos os filmes pois eles não seguem uma ordem cronológica e não aproveitam os mesmos personagens, exceto "Ilha dos Mortos" que tem personagens do "Diário dos Mortos". Agora, se for realmente ver um filme dele e quiser se surpreender, veja "Despertar dos Mortos". Mas não veja com o pensamento de que será só mais um filme de terror pra colocar na lista dos filmes que já viu. Pra um filme que é um clássico cult e homenageado em vários filmes, ele merece uma chance até de quem não gosta de terror.
Enfim, boa sorte pra quem for ver!

Abraços "gorezísticos"
Adriano Mendes

O Lutador (2008)

Sei que não sou a pessoa ideal para falar desse filme. Creio que o Adriano , tem mais conhecimento sobre WRESTLER e sobre filmes de luta em geral, porém vou tentar expressar minha singela impressão sobre o filme.


O Lutador (2008)
A história do filme basicamente é sobre a vida do personagem Randy "The Ram" interpretado por Mickey Rourke (lutador fictício), e conta sua trajetória atual na merda, depois de ser um dos maiores lutadores de luta livre dos anos 80.
Conta com a "ajuda" da dançarina (linda a Marisa Tomei né gente) para ter algo que poderia ser um romance, mas logo percebe que tudo que fez para si no decorrer da vida literalmente o ferrou.
Gostei muito do filme, achei que a luta final é simplesmente incrível , e para mim foi um exemplo muito grande de superação pessoal. Mesmo que essa superação seja para aceitar as escolhas que nem sempre são consideradas como corretas. The Ram consegue entender perfeitamente o que fez com o seu corpo, e como é difícil ser um ídolo do passado, as cenas em que a dançarina também percebe isso é de cortar o coração. Ambos são presos pelo corpo e pela vida que escolheram, mas talvez concebam a idéia de maneiras diferentes.
Se ela pode escolher um caminho "melhor" para a vida, ainda tem chances disso afinal ela ainda tem o amor pelo filho. O Lutador bem que tenta, mas descobre que seguir o caminho da vida normal (um emprego, e ser finalmente amado, o grande ideal de todos) pode custar muito a sua já cansada vida. E tentar a reconciliação com sua filha (interpretada por alguém que gosto muito Ewan Rachel Wood) pode ser muito complicado.
Mickey Rourke interpreta com sangue nos olhos. Acho que a identificação com o personagem foi muito grande, pois a vida dele em si é bem semelhante. A dedicação pelo personagem foi tanta que simplesmente dá vontade de abraçar ele.
Mas, o que fazemos das nossas escolhas nem sempre precisam pesar para o que é certo, ou que no fim nos arrependemos, como os filmes de superação sempre tentam vender isso, tudo é sempre uma moral, uma maneira certa de agir para alegrar alguém.
Acontece que nossas atitudes podem ter conseqüências boas, ou más o que não vem em questão. O que realmente percebo é que tudo depende de como encaramos e como peitamos o que decidimos fazer da nossa vida. Se é com um discurso final, ou com choro cada um sabe no fim o que é melhor para si mesmo.
Além de tudo isso,"O Lutador" ainda tem a trilha sonora que combina perfeitamente com o clima do filme. Se ele esta preso como lutador dos anos 80, nada melhor do que o bom e velho Rock dos anos 80 embalando o filme mostrando que fora dos ringues também é necessário interpretar para agradar né não?

Consideração final: O Darren Aronofsky mandou bem na direção, embora não vá ter ninguém que me faça gostar do Réquiem Para um Sonho uahuahuahhu, e recomendo que as pessoas assistam, porque a principio parece mais um filme sobre um lutador esquecido que resolve mostrar que ainda é bom. Mas não é só isso, é um filme bom com músicas boas e que quando virem a cena dos autógrafos lembrem que nem tudo na vida são flores... há!
E que realmente é triste ser esquecido, mas nem por isso precisamos sair do salto, ou no caso do colã!


Um abraço



Gabi

domingo, 27 de março de 2011

Serenity o filme (ou a Saga de um Diretor)

Depois da grande expectativa dos fãs da antiga série “Firefly” (que foi precocemente cancelada pela emissora FOX), o roteirista-diretor e criador da série Joss Whedon relança o longa metragem "Serenity – A Luta pelo Amanhã" (2005), uma espécie de continuação dos últimos episódios da antiga série “Firefly”. Joss Whedon para quem não conhece é o renomado criador das séries “Buffy – A Caça Vampiros” e “Angel”, além de muitos outros habilidosos trabalhos como roteirista de cinema. Por exemplo, o do premiado Toy Story a animação que ganhou o Oscar de melhor roteiro original em 1995.
Digamos que Serenity foi uma espécie de trabalho de superação e desabafo do diretor Joss Whedon. Depois de amargar o “corte” de sua série Firefly antes mesmo de terminar a primeira temporada e depois de várias tentativas frustradas de ressuscitar a série, o diretor demonstrou, de forma até mesmo emocional, o quanto acreditar num projeto requer muito esforço e paixão por aquilo que se faz e acredita. Então, logo depois de conseguir a aceitação e o din-din para a produção de seu longa o diretor confirmou que, além de ser ótimo roteirista e escritor, é também um talentoso diretor de filmes. Neste caso, o apoio dos fãs foi matéria prima importantíssima para a continuidade e conclusão do projeto. .............................................!Sim, ele é um cara legal!

Confesso que nunca assisti a série “Firefly” e acredito que ela nunca foi rodada no Brasil (talvez pela Fox), entretanto percebi um certo clima de “já trabalhamos juntos” entre o elenco e personagens do filme. Não por acaso, realmente o elenco é o mesmo da antiga série “Firefly”, o que deve ter agradado muito aos fãs da série. O ambiente descontraído durante as filmagens, o conhecimento do roteiro e dos personagens, a afinidade com o diretor são elementos que contribuíram e muito para que a trama do filme fluísse de forma natural e até mesmo empolgante. Os efeitos especiais são ótimos e principalmente (o que me deixou contente) sem grandes apelações. As cenas de lutas são também surpreendentes, com destaque para atriz Summer Glau que utilizou de suas habilidades como bailarina para incorporar a “perturbada” e “boa de briga” personagem River. Mas vamos à história do filme.

HISTÓRIA: Há quase 500 anos no futuro, a humanidade quase que praticamente acabou com todos os recursos naturais do planeta. A solução foi transmigrar para um novo sistema solar e construir uma nova civilização. Este novo sistema é dirigido e controlado pela “Aliança” (uma espécie de herdeira da fusão das duas últimas grandes potencia mundiais EUA e China) que tem como objetivo crucial disseminar um “projeto civilizador” para todo o sistema por meio de uma utopia de “um mundo melhor” de alta tecnologia e unificação. Mas como todas utopias perfeitas nesta história ainda existe certas brechas e sujeiras por debaixo do tapete. O que acontece é que a “Aliança” desencadeia uma constante ditadura da “civilização”, entrando em confronto com planetas periféricos e independentes aos quais não aceitam seu ponto de vista. O diretor Joss Whedon demonstrou que mesmo há 500 anos no futuro ainda existe os mesmos dilemas éticos e morais que infligem na atualidade. A guerra entre a “Aliança” e os “Independentes” termina com a vitória da “Aliança” na batalha do Vale Serenity.

FILME: Entretanto, a história do filme começa anos depois de toda essa confusão. Tudo começa quando uma garotinha prodígio River (Summer Glau) é utilizada pela “Aliança” para a realização de experiências científicas com o objetivo de criar uma “super arma” humana. Depois de ser resgatada dos laboratórios pelo irmão Dr. Simon (Sean Maher), a dupla conseguirá um último refúgio na nave pirata chamada Serenity. Esta nave é comandada pelo truculento capitão Malcolm “Mal” Reinolds (Nathan Fillion) que lidera sua equipe realizando pequenos tranbiques e assaltos pelo espaço. Entretanto, o capitão e sua tripulação não estão conscientes do perigo que estão correndo ao manter River em sua nave. Agora a “Aliança” tem planos de deter em suas mãos sua maior paranormal criada em laboratório. Para este serviço é designado um assassino frio e metódico interpretado pelo ator Chiwetel Ejiofor para perseguir e encontrar River, mesmo tendo que passar por cima de tudo e de todos. A trama se segue por meio dessa caçada de tirar o folêgo com muitas cenas de ação e reviravoltas.

PERSONAGENS:
Serenity: além de ser o nome do filme e o nome da última batalha entre a “Aliança” e os “Rebeldes independente”, Serenity também é o nome da nave tripulada por essa gangue de forasteiros. A nave apesar de ter uma ótima performance, sempre necessita de reparos e vive quebrando ou perdendo alguma peça. Até parece meu carro.
Malcolm Reinolds: também conhecido como Mal, é o capitão e comandante da nave Serenity. "Mal Reinolds" é uma espécie de “cowboy-pirata do espaço” que utiliza sua nave para viver como fora da lei. Tem uma personalidade contraditória e as vezes durona, no entanto participou como sargento da última batalha no Vale Serenity, demonstrando assim um passado idealista. Sempre enigmático, possuí um relacionamento mal resolvido com Inara. Sua marca é uma mistura truculência e piadinhas sarcásticas.
Zoe Alleyne Washburne: interpretada por Gina Torres, é o segundo imediato a bordo da Serenity, amiga dos tempos de guerra do Capitão Reynolds, e mulher de Wash.
Hoban "Wash" Washburne: interpretado por Alan Tudyk, é o piloto da Serenity e o marido de Zoe. Piloto habilidoso tem como seu lema a frase “sou uma folha ao vento”. É um cara legal.
Jayne Cobb: interpretado por Adam Baldwin, é a força bruta contratada da nave. Quando se precisa entrar numa briga ou tiroteio Jayne é cara.
Inara Serra: (ah, Inara!) interpretada por Morena Baccarin (atriz brasileira), é uma acompanhante de alto status social. Ela e Mal tem uma relação complexa e mal resolvida.
"Kaylee" Frye: interpretada por Jewel Staite, é a mecânica da nave. É apaixonada pelo Dr. Simon e uma espécie de irmã adotiva de Mal. Por sua sensibilidade as vezes atua metaforicamente como a consciência de Mal.
Dr. Simon Tam: interpretado por Sean Maher, é um pesquisador médico e cirurgião de trauma de primeiro calibre. Super protetor em relação a sua irmã River, o médico geralmente entra em conflito com Mal.
River Tam: interpretada por Summer Glau, foi contrabandeada a bordo da nave por seu irmão. É uma das pricipais personagens do filme e devido ao fato de ser cobaia em laboratórios do governo, sofre de uma espécie de esquizofrenia, podendo até ser violenta em casos especiais. Olha o que eu digo, a magrelinha é super boa de briga e uma das chaves da trama da história.

O filme tem a presença de alguns elementos de wester, como por exemplo, nas paisagens periféricas que contrastam com outros ambientes futuristas. Isto se deve justamente pelo diretor ter uma certa feição ao clima periférico do cenário americano – o velho oeste e seus forasteiros. Um aspecto marcante do filme é tambem demostrar o lado dos derrotados, aqueles que rejeitaram o modo de vida dominante do Sistema, muitas vezes vivendo de trambiques e pequenos assaltos como foras da lei. Fazendo do filme, neste caso, uma espécie de wester do espaço, elemento muito bem sucedido nos filmes de ficção científica.
Então pessoal, é isto que se apresenta no longa metragem "Serenity – A luta pelo Amanhã", um filme que concerteza tem seu lugar de destaque no cenário dos filmes de ficção científica. Escrito e dirigido pelo criativo e perseverante Joss Whedon demonstrando de forma verdadeira e pura que nunca devemos desistir de nossos sonhos e projetos e com isso realizar um bom trabalho.

Ah! E se alguns dos personagens de Serenity parecer com alguém que você conheça na vida real, isto é apenas uma mera coincidência!!! Ou não!!!

Abraços do Max

sábado, 26 de março de 2011

Sucker Punch

Samurais gigantes, nazistas zumbis, dragões, orcs e robôs e, principalmente, mulheres semi-nuas armadas até os dentes! Eis que Zack Snyder nos traz mais um filme esplêndido. Muito bem fotografado em que se dá ênfase nos tons escuros e cinzentos, o diretor novamente mostra que tem talento.
Pra quem não conhece, Zack Snyder começou como diretor de videoclipes e estreiou nas telonas com um filme que todo fã de terror não queria que tivesse acontecido: o remake de Dawn Of The Dead (lançado por aqui como Madrugada dos Mortos), como refilmagem não funcionou mas como mais um filme de zumbis, deu totalmente certo. Depois disso ele dirigiu duas obras-primas, na minha opinião: 300 e Watchmen. Portanto, pra quem viu 300 e Watchmen, sabe o que esperar de Sucker Punch, ou seja, um filme feito, na maior parte, com imagens digitalizadas. Dependendo do filme, isso seria um tanto quanto tedioso, mas não fica com Sucker Punch, porque não teria como passar tanta surrealidade de forma "humana".
A história do filme é a seguinte: Baby Doll (Emily Browning) é uma garota mandada para o hospício pelo violento padrasto. Com a ajuda de suas novas amigas, decide fugir do ambiente inóspito e conquistar a almejada liberdade. No intuito de proteger-se contra os males mundanos que a cercam, a jovem cria um mundo de fantasias, um universo dominado pela sua mente criativa, no qual a vitória diante de guerreiros mais fortes e poderosos é possível.
Mundo alternativo criado pela mente, criaturas estranhas, luta pela sobrevivência? Não faz lembrar de Alice no País das Maravilhas? Pois foi isso um dos fatores que me chamou pra ver o filme. Outro fator foi a propaganda feita pelo filme, foi tudo muito bem divulgado e antes da estreia do filme foram lançados alguns curtas contando origens de alguns personagens, o que me deixou mais empolgado pra ver logo. Sem contar a trilha sonora, num trailer tocou Led Zeppellin!
Sucker Punch é ótimo no quesito visual (o que já falei acima); nos efeitos especiais, as lutas são sensacionais, eu dispiroquei na luta contra os samurais gigantes, fiquei totalmente boquiaberto mesmo, sem contar que a câmera lenta que ele usa (marca registrada do diretor) não fica cansativa; na trilha sonora que conta com a participação da atriz Emily Browning em 3 músicas; na escolha do elenco, Emily Browning de roupas curtas, Carla Gugino lindíssima como sempre, Jena Malone também é muito linda e tem também o fodão do Scott Glenn no elenco; e a história que, mesmo com um roteiro um tanto quanto forçado em alguns momentos e previsível em outros, me deixou surpreso, principalmente no final (realmente como Zack Snyder falou antes do filme lançar). Eu sai da sala com vontade de ver de novo e imaginando como será o Superman do Zack Snyder, fiquei doido.
Tenho certeza que você, caro leitor, se gostou de 300 e Watchmen, provavelmente irá gostar de Sucker Punch.

OBS: Sucker Punch é um soco inesperado, quem recebe o soco não tem tempo em se preparar para a defesa. Só vendo o filme mesmo pra entender o porquê que levou esse nome.
Ah, mais uma coisa, até agora eu achei o melhor filme do ano. Sorte do Zack Snyder que não foi lançado junto com Thor, Capitão América e Lanterna Verde. =)

Adriano Mendes

terça-feira, 8 de março de 2011

Crítica: A Origem (ou a falta de Criatividade)

Não compreendo como a maioria dos cinéfilos admiram e elogiam o mais recente filme de Christopher Nolan – “A Origem” (Inception, 2010). Talvez seja devida a popularidade que o filme “O Cavaleiro das Trevas” tenha proporcionado ao diretor. Ou talvez pelo motivo de como a temática dos sonhos aguça nossa curiosidade e imaginação. Entretanto, não posso admitir que o filme “A Origem” seja um exemplo de criatividade e inovação. Confesso que até o momento, admirava alguns trabalhos de Christopher Nolan e estava com certa expectativa sobre o lançamento de um filme de ficção científica sob sua autoria. Fui à estréia do filme, com a esperança de assistir um bom filme de ficção científica (a carência sempre foi meu forte, hehehe). E o resultado não foi outro: em vez de “inception” o que vi foi “deception”, ou seja, decepção! O filme estava abaixo das minhas expectativas.
Não, realmente em hipótese alguma o filme demonstrou algum aspecto de criatividade. Para quem não conhece a temática dos sonhos, esta já é bem conhecida na história dos cinemas. Não ouso dizer que se trata de um plágio, mas a temática do filme é muito semelhante a um clássico oitentista da ficção científica chamado “A Morte nos Sonhos” (Dreamscape, 1984). Mas com uma pequena diferença, o filme “A Morte nos Sonhos” é realmente um filme criativo e trabalha com mais propriedade o imaginário dos sonhos e dos pesadelos (farei um artigo posteriormente sobre este filme). Dizem as más línguas que o filme "A Origem" até se parece com uma histórinha em quadrinhos do “Tio Patinhas”, onde os irmãos metralhas usam uma máquina do professor pardal para entrar nos sonhos do "pato avarento" e roubar seus códigos secretos. Por falar nisso a construção da trama de ladrões lembra muito o filme “Onze Homens e um Segredo” (2001), mas não vou entrar nesses detalhes.

....................Esta cena lhes parecem familiar?.......................


Aliás esta temática já esteve presente em filmes como “A Cela” (2000), e outros filmes que questionam a realidade como “A Cidade das Sombras” (1998), e no quase esquecido “13º Andar” (1999), confesso que estes dois últimos merecem um artigo especial para o gênero ficção-científica. Muito mais conhecido e popular é Matrix (1999). Este sim aparece constantemente no filme de Christopher Nolan, com suas cenas de ação, muitos tiros e efeitos especiais em câmera lenta. Por falar nisso, acho que Christopher Nolan tem certa inveja em relação à Matrix e também um certo problema em relação à proporção de “tamanho das coisas”. Enquanto em Matrix o menininho careca entortava uma colher com a força da mente, em seu filme a menininha atriz entorta uma cidade inteira. A atriz Ellen Page (tosquinha) estava tão perdida no filme que parece até debochar da trama. Contudo, os efeitos especiais são muito bons, mas não trazem nenhuma novidade no gênero. A trilha sonora é boa, atrapalhada pela barulheira de tiros (estava no cinema) que me deram dor de cabeça.
Mais uma observação: da pouca experiência que tenho com sonhos, geralmente estes não são tão arquitetados, arrumadinhos e com seqüências lógicas como tenta se esforçar o diretor em descrevê-los durante a narrativa. No filme os sonhos são todos iguais, não tem pesadelos, não se diferenciam quanto à personalidade, tem as mesmas tonalidades de cores e respondem as mesmas seqüências programadas da sinapse cerebral (matemática? Ui). O enredo é até um pouco comovente e sensível (mas cheio de falhas), e o ator Leonardo di Caprio se esforça muito aproveitando seu personagem do Filme “A Ilha do Medo” para enfatizar a trama.
Uma hipótese para o sucesso de bilheteria e de público para “A Origem” se deve, em minha opinião, ao fato de o público que assistiu ainda serem jovens ou de terem pouco conhecimentos sobre ficção-científica e também sobre a temática de filmes sobre sonhos. Na maioria, reverberando apenas o mais conhecido filme, ou seja, Matrix (este com muitas cópias de outros filmes). Ao que parece este filme tem a vantagem de atingir este público, dos quais já fiz parte um dia. Infelizmente estou velho, rabugento, assistindo a filmes como “No Country for Old Men” dos irmão Coen. Para finalizar postarei uma frase muito presente no filme “13º Andar”, comparada com as mil e duzentas do filme “A Origem”, ela é muito mais sensível e profunda, ou seja, a frase diz: “A ignorância é uma benção”. Saudades da minha.

Abraços do Max